Carreira

Plano de carreira: saiba como se planejar no setor público

A carreira pública, assim como ocorre na iniciativa privada, exige que seus servidores desenvolvam um plano de carreira sólido e de longo prazo, a fim de não se deixar perder na tentação da acomodação e construir uma história profissional de sucesso. Isso deve ser feito desde os primeiros dias após a posse.

Se por um lado, a estabilidade no serviço público inunda de paz as noites de sono dos servidores — pela ausência do fantasma do desemprego —, por outro, ela pode ser um convite irresistível à estagnação.

Esse é um grave erro, tanto do ponto de vista financeiro — se sua carreira não tiver a previsão de reajustes periódicos você perderá seu poder de compra — quanto em relação à autoestima. Não é incomum ver servidores desmotivados nas repartições públicas, afastados por depressão ou com altos índices de absenteísmo.

Saiba, porém, que é possível ter uma trajetória de sucesso no setor público —  e se manter motivado, em constante aprendizado, distante da monotonia e municiado com atribuições desafiadoras. Para isso, é preciso desenvolver um bom plano de carreira. Vamos ensinar como planejá-lo agora! Acompanhe a leitura.

Faça da versatilidade a sua marca

Nas empresas privadas, existe uma estratégia chamada “rotação de cargos”, que consiste em colocar o funcionário em contato com os diversos setores da organização com o objetivo de desenvolver um olhar sistêmico sobre todos os processos da empresa. Essa técnica é muito utilizada com trainees, a fim de prepará-los para os cargos de direção.

Se não há como fazer a rotação de cargos na Administração Pública, uma vez que eles são providos por meio da aprovação em concurso público, busque a rotação de tarefas em sua rotina: diversifique seu conhecimento sobre o departamento, ampliando sua visão sobre o funcionamento de sua unidade. Assim, você pode se tornar mais capacitado, inclusive, para assumir cargos de chefia no futuro. Versatilidade ajuda o funcionário a se destacar no mercado de trabalho da área pública!

Desenvolva conhecimentos em TI

A Administração Pública, por restrições legais e falta de visão de seus gestores, costuma demorar mais para assimilar novos processos, metodologias e recursos tecnológicos, os quais poderiam dar mais agilidade e dinamismo às suas atividades.

De todo modo, estamos em um período de transição também no setor público, no qual, ainda que timidamente, Cloud Computing, Big Data Analytics e Internet das Coisas (IoT) começam a entrar na dinâmica estrutural do segmento, no intuito de fornecer serviços de excelência aos cidadãos.

Nessa tendência, os servidores que estiverem mais bem preparados para lidar com essas novas tecnologias, certamente estarão em vantagem para construir uma carreira sólida a longo prazo — com promoções, cargos de confiança e designação para encabeçar projetos-pilotos — que levarão a Administração Pública a outro patamar (e também sua vida financeira, já que algumas gratificações aumentam a remuneração do servidor em mais de 50%!).

Conheça bem os seus direitos

Nem todos sabem, mas o Estatuto dos Servidores Públicos Federais (Lei 8.112/1990) regulamenta a possibilidade de afastamento por até quatro anos para cursar mestrado ou doutorado, sem prejuízo de sua remuneração (artigo 96-A).

A mesma lei também disciplina afastamentos por até dois anos sem remuneração — tempo em que você pode se dedicar a novos projetos, sem perder o seu cargo. Além disso, são previstos programas de estudo no exterior financiados pelo Estado.

Não sabe como crescer no serviço público e construir um plano de carreira de sucesso? Esteja sempre por dentro do que a área te oferece e saiba aproveitar esses benefícios legais!

Para isso, também é preciso conhecer o regimento interno do órgão no qual você está lotado — cada regimento pode oferecer diferentes benefícios para o aprimoramento profissional e progressão da carreira. Alguns, inclusive, oferecem cursos específicos para a formação de seus servidores.

Obtenha certificações

A título de exemplo, os professores da rede pública do Rio de Janeiro possuem há anos um Adicional de Qualificação (AQ), que incide permanentemente sobre seus vencimentos em caso de conclusão de mestrado, doutorado ou pós-graduação.

Já os servidores da Prefeitura de Santos possuem um Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos que estimula o aprimoramento da qualificação profissional — quem tem pós-graduação em nível de especialização recebe um adicional em torno de R$ 400,00 em seu contracheque.

Os exemplos são muitos. O Tribunal de Justiça de São Paulo também regulamentou o Adicional de Qualificação (artigo 2º da Lei Complementar 1.217/2013), prevendo acréscimo de 7,5% no vencimento básico dos servidores com certificado de especialização, alinhando-se ao que já é praticado há mais de 10 anos em todos os tribunais da Justiça Federal.

Todos esses exemplos demonstram claramente que a carreira pública é próspera para quem não se acomoda e está em constante processo de qualificação profissional e acadêmica!

Aprimore sua titulação acadêmica

Outra vantagem interessante para o servidor público que possui pós-graduação: muitos concursos preveem, entre as suas etapas de classificação, a prova de títulos — em que candidatos com titulação de especialização, mestrado, doutorado ou pós-doutorado ganham vantagens em pontos sobre os outros candidatos. Quanto maior a titulação, mais pontos são atribuídos ao candidato, melhorando, portanto, a classificação final.

É o caso dos recentes concursos para contratação de professor adjunto na Universidade de Brasília (UnB), que apresentaram, em seus editais, quadros anexos de pontuação para quem possui formação acadêmica mais robusta. Se você já estiver exaurido das funções em seu cargo, ter uma pós-graduação vai ajudá-lo na aprovação em outros concursos.

Ou se você já é servidor em um cargo técnico de nível médio — e já possuir graduação — um diploma de especialização, por exemplo, pode ser o diferencial para conquistar a tão sonhada vaga em um cargo de nível superior.

Além disso, os acréscimos do Adicional de Qualificação são incorporados para fins de cálculo no valor da aposentadoria. Trata-se, portanto, não só de uma estratégia para aumentar os vencimentos no presente, mas também uma forma de investimento para o futuro!

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